Life is this, maybe?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Questionamentos

Você já parou pra se perguntar simplesmente por que as caixas de suco tem tampas que você pode tirar e colocar de volta e as caixas de leite não? Tipo, você tem que cortar a caixa de leite e nem pode fechar ela de volta. Por que eles não fazem tudo a mesma coisa?
Uma coisa que não para de me surpreender, constantemente, é isso: o tempo passa. Não passa devagar, nem rápido, mas ele passa. Tipo, ontem era domingo e antes sábado e amanhã vai ser terça, mas logo a gente vai estar na terça feira e depois na quarta e depois eu vou ter 30 anos e nem vou lembrar dessa droga de blog.
O amor é a única coisa que faz sentido, e ao mesmo tempo, a coisa mais sem sentido de todas. Já parou pra pensar que praticamente todas as reações e sentimentos humanos tem alguma explicação científica, menos o amor? O amor não tem nenhuma droga de sentido, e não é simplesmente porque a gente só se fode, já que muitas pessoas amam e são amadas de volta e tal. O amor não tem sentido porque não tem nenhum motivo razoável, nenhuma explicação. Nenhum outro animal ama do jeito que a gente ama, consciente e romanticamente, porque simplesmente não tem motivo pra eles amarem. E a gente? Quem será que foi a primeira pessoa a amar, no mundo? E sabe o que eu acho? Acho que todos nós, quando amamos, sentimos como se a gente fosse a primeira pessoa no mundo a amar. Afinal, não nos sentimos confusos, distraídos, com a cabeça totalmente bagunçada? Se o amor não fosse uma coisa totalmente nova cada vez que uma pessoa diferente ama, será que ainda seria amor?


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Minhas frases favoritas de livros

 
Como vocês devem saber, eu leio muito, muito mesmo. E um dos meus hábitos é anotar em um caderno todas as frases e trechos que eu leio e gosto, por isso hoje eu resolvi que ia postar aqui no blog essas frases.

Quem tem um amigo, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão. Poderá morrer de saudades, mas não estará só - Cem Dias entre Céu e Mar, Amyr Klink, pág 147

Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem as palavras nas entrelinhas - Crônicas para Jovens de Escrita e Vida, Clarice Lispector, pág 29

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Há o amor, que tem de ser vivido até a última gota. Sem medo - Crônicas para Jovens de Amor e Amizade, Clarice Lispector, pág 57

O que eu acho do amor? Não acho. Amo. - Pedro Bloch (No livro de Clarice Lispector, A Descoberta do Mundo, pág 472)

O mundo inteiro  é uma terrível coleção de testemunhos de que um dia ela realmente existiu e a perdi para sempre! - O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brönte, pág 280

Você deve estar se perguntando o que eu andei fazendo nos últimos vinte anos. Pois bem, eu estive trabalhando na resolução do conflito entre os espaços público e privado em unidades de habitação familiares. Estou brincando! Eu estive comprando um monte de porcaria na internet! - Cadê você Bernadette?, Maria Semple, pág 139

Olá, posso ajudar em alguma coisa? Se não puder, por favor, sai da frente que eu estou passando. - Cadê você Bernadette?, Maria Semple, pág 359

Ele me fez amá-lo sem nem ao menos me olhar - Jane Eyre, Charlotte Brönte, pág 206

Mas você sabe muito bem que está pensando em outra pessoa, e essa outra pessoa não está pensando em você - Jane Eyre, Charlotte Brönte, pág 284

E, no entanto, cada nervo do meu corpo se contrai. Por um instante, fico completamente fora de controle. Não esperava tremer tanto assim quando o visse, nem perder a voz ou a capacidade de me mover, diante dele. - Jane Eyre, Charlotte Brönte, pág 284

O que é o amor?
A melhor definição seria: O amor é o amor
Você já sofreu por amor?
Estou disposto a sofrer mais - Pablo Neruda (No livro de Clarice Lispector, A Descoberta do Mundo, pág 186)

Enquanto a humanidade não definir o amor, enquanto não perceber que o amor é algo que independe da posse, do egocentrismo, da planificação, do medo de perder, da necessidade de ser correspondido, o amor não será amor. - Pedro Bloch (No livro de Clarice Lispector, A Descoberta do Mundo, pág 473)

As pessoas se preocupam que as crianças brinquem com armas e que os adolescentes joguem videogames agressivos, mas ninguém se incomoda que esses jovens ouçam milhares de canções sobre corações partidos e rejeição e dor e sofrimento e perda. - Alta Fidelidade, Nick Hornby, pág 30


sábado, 10 de agosto de 2013

Infância

  Ah, como eu sinto falta da minha infância! Sinto falta de praticamente todas as partes dela. Queria poder ser criança e reviver exatamente as mesmas coisas.
  Dormir na casa da minha avó todas as sextas feiras, tomar banho na banheira dela, jantar miojo com salsicha, coisa que nunca tinha na minha casa. No dia seguinte ir brincar no miniparque de diversões que ficava no shopping com a minha irmã, andar no carrossel e no carrinho de bate-bate...
 Saudades de quando a minha prima vinha dormir na minha casa. De montar peças de teatro com ela e com a minha irmã. De ficar brincando com as Barbies a tarde inteira, jantar macarrão com nuggets, depois assistir O Mágico de Oz (era sempre esse mesmo filme, a gente nunca cansava dele) deitadas no chão da sala, com travesseiros e cobertores, e ser carregadas pra cama pelo meu pai.
 Saudades de viajar com o meu primo, de ficar cantando músicas que a gente inventava a viagem inteira, de ficar hospedados no hotel fazenda mais legal do mundo (pelo menos era assim que parecia pra mim na época), brincar nas pedras com nossos bonequinhos e escorregar colina abaixo em cima de papelões. Saudades de acordar as 7 da manhã pra ir com meu primo e a minha irmã até o canil do hotel, pular a cerca e brincar com os cachorros até a hora de tomar café da manhã. Saudades daquela vez que a gente ficou hospedado 5 dias e só cobraram os guaranás que o meu primo tomou.
  Saudades de não me preocupar com nada, de me divertir como se não houvesse amanhã, de saber que tudo aquilo se repetiria na semana que vem...
  Apesar de sentir saudades, eu fico feliz por ter crescido e hoje poder lembrar desses momentos com alegria. Hoje em dia aqueles anos de criança parecem muito mais dourados do que pareciam para mim na época... E, surpreendentemente, fico feliz por estar onde eu estou agora, por ser adolescente (mesmo que não seja uma fase nada fácil), por estar experimentando tudo aquilo que eu queria poder experimentar quando era pequena. E mesmo que algumas horas eu deseje pular imediatamente pra idade adulta pra tomar minhas próprias decisões, sei que algum dia vou me lembrar desses anos como me lembro da minha infância e pensar o quanto eu não sabia que era feliz...
 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Cadê você Bernadette?

Bee concluiu seus estudos na Galer Street, uma escola liberal de Seattle, com as melhores notas, e tudo o que ela quer como presente de formatura é uma viagem à Antártida na companhia dos pais. Elgin é um pai ausente, mas genial: programador da Microsoft, tornou-se um rock star no mundo nerd por ter dado a quarta palestra mais vista no TED, e está prestes a lançar o Samantha 2, o projeto de sua vida. O momento não poderia ser pior para se isolar no extremo sul do planeta. A mãe, Bernadette, já não aguenta a vida em Seattle e está a beira de um ataque de nervos. Poucos dias antes da viagem, ela desaparece, com medo do convívio social e de sentir enjoo durante a travessia da passagem de Drake. Agora Bee fará de tudo para encontrar a mãe. Mas antes ela terá que descobrir quem é essa mulher que ela acreditava conhecer tão bem.

  Cerca de 5 minutos atrás eu terminei de ler Cadê você Bernadette?, um livro de Maria Semple e publicado no Brasil pela Companhia das Letras. Não seria exagero nenhum dizer que esse foi o melhor livro que eu já li em todos os meus treze anos de vida. É divertido, bem humorado,e principalmente, muito criativo. A história foge totalmente de qualquer clichê literário, e os personagens também. Só adiantando um pequeno detalhe: na verdade, a Bernadette só desaparece lá para depois da metade do livro. Eu achei isso excelente, já que ela é com certeza o melhor personagem da história e certamente o livro não seria a mesma coisa se ela tivesse fugido no começo. O livro é um romance epistolar, o que significa que é composto em sua maioria por cartas, e-mails, bilhetes e documentos do FBI. Fiquei muito surpresa ao pesquisar sobre o livro na internet que só haviam duas resenhas feitas por brasileiros, principalmente sendo um livro tão bom. E também pelo fato de que em toda livraria que eu fui eu encontrei exemplares por toda parte.
  Vocês já sabem mais ou menos a história do livro por esse resumo aí de cima que eu peguei da contracapa, então vou falar um pouco sobre a Bernadette. Ela é uma mulher um pouco estranha, no começo do livro pensava até que ela era louca, mas depois vi que não é bem isso. Bernadette é uma ex-arquiteta que precisa exercitar sua criatividade, e o fato de que ela passa anos e anos sem construir nada acaba levando-a parcialmente a loucura. Ela odeia tudo a respeito de Seattle, onde mora. As pessoas, o clima, os moradores de rua etc. Além disso, ela basicamente não suporta pessoas e passa a maior parte do tempo isolada na enorme casa que divide com seu marido e sua filha Bee, casa que por sinal está como que abandonada, cheia de goteiras, trepadeiras crescendo embaixo do assoalho,etc. O que eu achei da Bernadette é que a autora, Maria Semple, foi muito criativa para criar uma personagem assim. Realmente, ela é um pouco incomum no quesito protagonistas de livros, e foi isso o que eu adorei nela. E claro, a personagem é incrivelmente bem construída.
  O livro prendeu a minha atenção totalmente, do começo ao fim. Tive que me forçar várias vezes a parar de ler porque precisava fazer outras coisas. O que eu mais amei a respeito de Cadê você Bernadette? é que o livro é totalmente diferente de qualquer outra coisa que eu já tenha lido. É original, a autora tem seu próprio estilo e os personagens ganhavam vida a medida que eu ia lendo. Com certeza, vou sentir falta da Bernadette. Cada página do livro é uma surpresa, você realmente nunca faz ideia do que vai acontecer a seguir.
  Eu recomendo super, super, super a todos lerem esse livro. Principalmente porque é um livro muito bom que com certeza vai conquistar vocês, mas também porque se fizer sucesso tem mais chances de a editora publicar o outro livro da Maria Semple no Brasil. Só vou avisando: esse livro não é para todo mundo, porque o fato de você gostar dele ou não vai depender muito da sua personalidade e do seu gosto literário. Não é como A Culpa é Das Estrelas, que cai no gosto de absolutamente qualquer pessoa no mundo, por isso recomendo você dar uma folheada no livro antes de comprar para ver se é o seu tipo.